Cirurgia Bariátrica: Dos passos iniciais ao pós operatório, dúvidas

A SBCBM: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica criou um guia para você saber o caminho, tirar dúvidas e com muitos mitos e verdades sendo desmistificados.

Após a bariátrica vou voltar a engordar? Talvez essa pergunta trouxe você até aqui. Decidi publicar esse guia da SBCBM para dar mais luz neste assunto que tantas mulheres tem dúvidas.

Cirurgia bariátrica no SUS

Pacientes que pretendem recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) para fazer a cirurgia bariátrica devem procurar o Posto de Saúde e ter esgotado as possibilidades de tratamento clínico da obesidade (com medicamentos e alterações comportamentais) e cumprir com os requisitos impostos pelo Ministério da Saúde que incluem: idade mínima de 16 anos; IMC maior ou igual a 40; ou IMC 35 e comorbidades comprovadas por laudo médico.
Depois, confirmada a indicação, o paciente será encaminhado para o preparo pré-operatório que inclui acompanhamento psicológico, nutricional e avaliação médica com especialistas, de acordo com a necessidade e avaliação da equipe multidisciplinar.

Em média, o tempo de espera para a cirurgia é de 6 meses a 4 anos podendo aumentar de acordo com o sua cidade e estado.

Como encontro um cirurgião associado a SBCBM?

Você poderá encontrar os cirurgiões do seu estado e cidade que são afiliados a SBCBM e escolher um profissional com segurança no site da SBCBM.

Isso irá te garantir que seu médico é um profissional especializado em cirurgia bariátrica e atualizado com o que há de mais novo e moderno no tratamento da obesidade e suas comorbidades.

Posso voltar a engordar após a cirurgia bariátrica?

O ganho de peso ocorre quando o paciente não assume hábitos saudáveis, como a adoção de dieta menos calórica e mais nutritiva e a prática de exercícios físicos regulares. A perda mais significativa de peso ocorre nos primeiros seis meses.
Toda via, durante o processo de estabilização do peso, é comum que o paciente recupere cerca de 10% do peso final atingido.

Daí a importância de o paciente seguir com disciplina as recomendações médicas e manter acompanhamento com a equipe multidisciplinar no pós-operatório.

Mulheres podem engravidar após a cirurgia bariátrica?

A paciente é liberada para engravidar sem riscos após 15 meses de pós-operatório. Durante esse período, recomenda-se a anticoncepção. No entanto, os anticoncepcionais orais (pílulas) devem ser evitados. Converse com seu ginecologista e discuta alternativas para evitar uma gestação neste período.

A depressão é uma consequência comum para quem faz a cirurgia?

Não existe uma tendência. Se o paciente ficar deprimido, isso pode ocorrer devido a fatores desconhecidos, que devem ser investigados por psicólogo ou psiquiatra da equipe multidisciplinar.

Há tendência à anemia no pós-operatório?

Entre os pacientes, as mulheres têm maior tendência à anemia, por causa da menstruação, perda de ferro e pouca presença de carne vermelha na dieta. Essa situação pode ser minimizada com a ingestão de alimentos ricos em ferro, ou, se necessário, com a utilização de suplementos vitamínicos.

O apoio da família é indispensável?

Deve-se prestar toda a assistência e orientação à família do paciente, oferecendo o máximo de informações solicitadas e, quando necessário, também consulta psicológica. Os novos hábitos a serem adotados pelo paciente devem ser compartilhados e estimulados por todos que convivem com ele.

Vou sentir dores após a cirurgia?

Normalmente, as dores se manifestam somente no primeiro dia do pós-operatório. Isso acontece porque o abdômen precisa ser inflado com gás carbônico na cirurgia por videolaparoscopia, para possibilitar a melhor manipulação dos órgãos internos.

Depois da cirurgia, o paciente deve fazer cirurgia plástica?

Nem sempre é necessário fazer cirurgia plástica após o procedimento bariátrico. Cada caso deve ser avaliado criteriosamente pela equipe multidisciplinar responsável pelo tratamento e só devem ser realizados após a estabilização do peso, que ocorre entre 12 e 24 meses após a cirurgia.

A cirurgia plástica é coberta por planos de saúde e/ou SUS?

Em fevereiro de 2019, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que as cirurgias plásticas reparadoras para retirada de excesso de pele em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica devem ser custeadas por planos de saúde. Desde a primeira instância, o entendimento do Judiciário é de que a cirurgia plástica, após a cirurgia bariátrica, não possui finalidade puramente estética e sim um caráter funcional.
As cirurgias plásticas reparadoras também são cobertas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos seguintes casos:

mamoplastia: incapacidade funcional pela ptose mamária, com desequilíbrio da coluna; Infecções cutâneas de repetição por excesso de pele, como infecções fúngicas e bacterianas; Alterações psicopatológicas devidas à redução de peso (critério psiquiátrico).
abdominoplastia/torsoplastia: incapacidade funcional pelo abdômen em avental e desequilíbrio da coluna; Infecções cutâneas de repetição por excesso de pele, como infecções fúngicas e bacterianas; Alterações psicopatológicas devidas à redução de peso (critério psiquiátrico).
excesso de pele no braço e coxa: limitação da atividade profissional pelo peso e impossibilidade de movimentação; Infecções cutâneas de repetição por excesso de pele, como infecções fúngicas e bacterianas; Alterações psicopatológicas devidas à redução de peso (critério psiquiátrico).

Para que serve a cirurgia metabólica?

A cirurgia metabólica é utilizada para a remissão de doenças associadas à obesidade, como a hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e apneia do sono, entre outras. É uma operação segura, que apresenta resultados positivos a curto, médio e longo prazos.
Diversos estudos e pesquisas científicas nacionais e internacionais revelam que a intervenção cirúrgica é uma opção real e efetiva para controlar o diabetes. Além da já conhecida cirurgia bariátrica, a cirurgia metabólica é uma das formas de controle desta doença crônica e progressiva.

A diabetes tipo 2 está diretamente associada à obesidade. Cerca de 9% da população brasileira convive com o diabetes. São mais de 14,3 milhões de pessoas que podem ter a cirurgia metabólica como opção terapêutica.

A cirurgia metabólica é feita no SUS?

O SUS não cobre os custos da cirurgia metabólica. A SBCBM vem realizando inúmeros esforços para que a ANS inclua a cirurgia metabólica em seu rol de procedimentos, para que ela seja coberta pelos planos de saúde. A cirurgia é comprovadamente eficaz e segura, com inúmeros benefícios associados.

Os planos de saúde cobrem a cirurgia metabólica?

Atualmente apenas alguns planos de saúde cobrem a cirurgia. A SBCBM está trabalhando para que a ANS inclua a cirurgia metabólica em seu rol de procedimentos. Queremos que a cirurgia metabólica se torne ainda mais acessível e tenha cobertura dos planos de saúde ou seja realizada na rede pública.

A cirurgia é comprovadamente eficaz e segura, com inúmeros benefícios associados. Para mais informações, recomendamos que você consulte um cirurgião.

Quem pode fazer a cirurgia metabólica?

A Cirurgia Metabólica é um procedimento que foi regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina como opção terapêutica para pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 (DM2).

As normas estabelecem que estão aptos os pacientes com diabetes tipo 2; IMC superior a 30 kg/m²; com mais de 30 e no máximo 70 anos; com diabetes diagnosticado há menos de 10 anos e parecer médico que aponte a resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida e que tenha comparecido ao endocrinologista por no mínimo dois anos.